George R. R. Martin, eu amo você!

Depois de quatro semanas de leitura intensa, de guerras sangrentas, de raiva de vários personagens, de revoltas por mortes que simplesmente não deviam ter acontecido, finalmente acabei o maravilhoso e enooooorme A Guerra dos Tronos, o primeiro volume da série As Crônicas de Gelo e Fogo, do George R. R. Martin.

Vou dizer uma coisa que vocês já sabem: O autor realmente não tem remorso de matar seus personagens. Mortes são mais corriqueiras do que respirar. Então, CUIDADO a quem você entrega o seu coração de leitor. Como eu já estava prevenida que todo mundo vai morrendo, só me apaixonei por quem sabia (ou imaginava) que não ia deixar o mundo dos vivos tão cedo. Ainda estou revoltada com uma das mortes e esperançosa que ele esteja vivo nos outros livros, porque em hora nenhuma falou “Olha, ele morreu mesmo, eu vi a cabeça dele separada do corpo”. Estou otimista, acho que o George está enganando o público.

Enfim, resumão para quem é de outro planeta e não sabe do que As Crônicas de Gelo e Fogo falam: Três histórias acontecem paralelas. No continente de Westeros, uma espécie de mundo medieval cujas estações duram anos ou mesmo décadas, os Sete Reinos entram em guerra pelo Trono de Ferro e pelo domínio de todo o território. Ao mesmo tempo os Cavaleiros Negros estão no extremo norte se preparando para o inverno rigorosíssimo que está chegando, assim como estão com medo dos Outros, uma espécie sobrenatural que diz-se extinta pelos últimos oito mil anos e se alimenta de frio e humanos. Enquanto esse bafafá todo acontece, uma herdeira do Trono de Ferro exilada do outro lado do mar luta para voltar ao seu país e retomar o lugar que lhe é de direito.

É difícil explicar esse universo complexo no melhor estilo J. R. R. Tolkien e sua Terra Média. Nesse primeiro volume, o Lorde Eddard Stark, conhecido como Ned, é o senhor de Winterfell, o reino mais ao norte. Quando o Rei Robert Baratheon, seu velho amigo, lhe oferece a segunda posição mais alta da corte, mesmo não querendo Ned é obrigado a aceitar. Mal sabe ele que a sua vida, a da sua família e a de todo reino está prestes e virar de ponta cabeça, ainda mais porque o Lorde acredita que o antigo ocupante do cargo foi envenenado, provavelmente pela manipuladora Rainha Cersei Lannister e seu irmão gêmeo Jaime. 

George R. R. Martin - o matador

Sim, o livro é enorme (1.070 poucas páginas) e, sim, a letra é minúscula. Mas não deixe que isso te assuste: é fantástico e vale muito a pena. Mesmo cheia de personagens, lugares e situações, a história vai fluindo e o leitor fica completamente envolvido nesse universo criado por um autor que pode ser chamado de gênio. O modo como ele escreve, em terceira pessoa, alternando os capítulos entre os personagens e seus pontos de vista, não cansa, pelo contrário, aumenta a curiosidade.

Impossível não amar os Starks. Com o lema “The winter is coming”, são integros, corretos, regidos pela honra e ganharam o meu coração facilmente. Jon Snow e Robb, eu amo vocês! Até você, Ned. Já os Lannister, que dizem “Hear me roar”, são totalmente o contrário, manipuladores, assassinos e ambiciosos. A palavra “vaca” é o melhor modo de descrever a Rainha Cersei. É aquele tipo de personagem que a gente ama odiar (Ou seria odeia amar?). Dos Lannister, o Duende, anão Tyrion, é o mais legal. Para guardar do lado esquerdo do peito. Joffrey, o filho do rei, eu odeio. Aquele bundão idiota! Vocês podem ver que eu realmente me empolgo nos sentimentos. Sofro total por eles.

Loucamente apaixonada pela história e por Westeros, agora estou doida para ver a série da HBO, que eu me segurei para não assistir antes de ler o livro, e também para continuar com a leitura dos livros. Mas depois de algo tão intenso, tenso, mortífero e sanguinário, preciso urgente ler um livro bem bobinho, adolescente e leve.

And, remember, the winter is coming, baby!

Recomendo muito.

Teca Machado