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Ponto de encontro: o motorista da amizade!


O ônibus se aproxima da esquina e o motorista grita na direção da calçada: "me espera lá na frente que eu estou chegando". Observo atentamente a lateral da rua enquanto o veículo vai estacionando no local indicado. As árvores tomam conta do lugar cedendo sombra e cor ao pequeno recanto em que habita o ponto final. Não há pessoas por ali, apenas uma gata de pelagem colorida caminhando devagar rumo ao seu encontro - quase - marcado.


Ela rebola em seu trajeto e mia alto anunciando a sua chegada. A pequena felina senta ao lado do ônibus e aguarda a porta se abrir. O senhor pega um pacotinho antes de descer e logo é recepcionado por sua amiga de quatro patas. Os dois se encaram por alguns segundos e conversam com o olhar. Ele sorri e fala: "tá me esperando, né?". A mocinha tricolor responde em gesto ao se esfregar com carinho nos calcanhares de seu colega humano. Ele retribui e ambos saem andando, lado a lado, até o centro do gramado.

Lá, ele deposita um pouco da ração que carregava consigo num pedaço de papelão e, após uma sessão de coçadinhas (e ronronadas), a gata começa a devorar a refeição. "Cadê a sua irmã? Ela tá atrasada hoje", o motorista comenta avaliando a redondeza. O senhor sorri, encara o relógio e retorna ao veículo. "É ritual, moça!", ele diz com orgulho ao perceber que eu estava assistindo a cena desde o início. "Que bonito!", respondo encantada com os dois amigos. Ele continua: "os gatos já conhecem o ônibus e me esperam. Ao todo, são quase sete. Depois eles aparecem".

O senhor senta em sua poltrona novamente, liga o motor e, antes de fechar a porta, brinca com a felina: "quer uma carona?". Ela o encara e mia mais uma vez. Um sinal de que vai ficar para a próxima. O ônibus segue o seu caminho e a pequenina fica para trás em seu lar improvisado. Não sei o nome dele, nem o dela. Mas, juntos, eles fizeram o meu dia feliz. É revitalizante ver que ainda existe gentileza e respeito entre as espécies. O amor sincero é o porta-voz de uma linguagem universal que não necessita de palavras. Basta carinho. Seja por instinto ou livre-arbítrio, multiplicar esses gestos é um presente para a vida. Adotar um animalzinho também.

Emily Antonetti

2 comentários:

  1. Que coisa mais linda! *-*
    Até me bateu um pouquinho de esperança no mundo agora... rs
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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  2. Que legal, adorei o texto *.*

    http://meubaudeestrelas.blogspot.com.br/

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