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A Teoria de Tudo: A atuação ganhadora de Oscar


Existem os atores, existem os bons atores e existe o Eddie Redmayne, que está numa categoria superior só dele. Já o tinha visto em Os Miseráveis e gostado do trabalho que fez, mas nada que houvesse me saltado aos olhos. Naquela época, Anne Hathaway e Hugh Jackman estavam roubando a cena total entre sofrimentos e canções, então quem reparou muito no ruivo sardento levemente bonitinho? Agora com A Teoria de Tudo, do diretor James Marsh, Eddie consegue mostrar todo o seu potencial, talento e esforço.


Se você vive dentro de uma caverna sem energia elétrica e não sabe sobre o que se trata o filme A Teoria de Tudo, vou dar um resumão: Sabe o Stephen Hawking, aquele cientista mega ultra gênio com problemas físicos, uma voz robótica e que vive sendo zoado em The Big Bang Theory? Então, a produção é sobre a vida dele, cujo papel ficou com Eddie Redmayne, principalmente no período em que viveu com a sua primeira esposa, Jane Hawking, interpretada por Felicity Jones. Durante esse tempo, ele passou de um estudante de doutorado saudável a um gênio da física mundial com uma doença que afeta o Neurônio Motor, cancelando gradativamente seus movimentos.


Eddie Redmayne com o verdadeiro Stephen Hawking

Mais do que focar na inteligência e nas descobertas sobre o universo pelas quais Stephen Hawking é conhecido, o filme, que foi baseado no livro de memórias de Jane chamado Travelling to Infinity: My Life with Stephen, tem como foco o homem por trás de tudo isso e, principalmente, a mulher que foi o seu suporte durante décadas. Vemos alguém com uma doença cruel e limitadora, mas que nunca perde o senso de humor e a vivacidade. Quem diria que um cientista como ele seria engraçado e divertido? Passei a enxerga-lo de outra forma.

Eddie Redmayne, como costumo dizer, não merece Palmas, merece o Tocantins inteiro. Que espetáculo! A atenção aos detalhes que o ator tem é impressionante. Os pés tortos, o ombro fora do eixo, as mãos que não obedecem, o falar cada vez pior, até que toda atuação é baseada em apenas olhares. A sua degeneração gradativa é vista claramente e potencializada pelo bom trabalho do ator. Mereceu o Globo de Ouro que ganhou e mereceu mais ainda o Oscar. Dei gritinhos e pulinhos quando o nome dele foi chamado, como se ele fosse meu amigo, haha.



O casal do cinema com o casal verdadeiro

Felicity Jones não fica muito atrás, não. Apesar do grau de dificuldade física do seu papel ser muito menor, o psicológico de Jane é tão intenso quanto o de Stephen. Percebemos uma mulher que aos poucos vai morrendo por dentro, mesmo cheia de amor e devoção à família. Ninguém daria nada para ela, de voz mansa, calma e doce, mas por dentro ela é uma fortaleza, e Felicity soube mostrar todas as nuances. Ela concorreu ao Oscar de Melhor Atriz, mas não ganhou.

Apesar de todo o sofrimento, não há melodramas demais no filme, por mais que a história de vida dele pedisse um draminha. Parece que o diretor tem tanto medo de transformar tudo em uma água com açúcar que por vezes parece impessoal. Stephen passa por momentos terríveis e mesmo assim supera em pouquíssimo tempo. Jane é uma mulher cansada, exausta, que cuida dos filhos e do marido com uma dedicação absurda e não se ouve nenhuma reclamação. Mesmo assim, a química entre os dois atores é inegável e o amor entre os personagens é quase palpável, até o momento que não há mais amor e tudo se resolve de maneira simples, delicada, com um desfecho que ambos queriam e necessitavam.


Em alguns momentos, A Teoria de Tudo é devagar. Típico filme que o Oscar gosta, com introspecção, monólogos e sensibilidade. Não digo isso como crítica, porque combinou com a temática da produção. Ninguém está mesmo esperando explosões, correria e mulheres de biquíni na biografia de um dos homens mais geniais que já passaram pela face da Terra. Não enxerguei como um ponto fraco do filme, pelo contrário. Principalmente quando Hawking já está muito debilitado sem falar e sem se movimentar muito, toda interação depende dos poucos gestos que Redmayne faz, como o levantar de sobrancelhas e o olhar penetrante e divertido.

fotografia é bonita, com universidades inglesas no fundo, figurino dos anos 1960 e 1970 e muitos tons pasteis e cores sóbrias. Bem tipicamente inglês. A trilha sonora também foi muito bem escolhida, dando o tom certo ao filme.

Mesmo com a doença, Stephen Hawking teve três filhos

O filme é uma ótima lição de vida, sobre não se deixar abalar por pior que seja o cenário e sobre superar expectativas, afinal, quem tem a doença de Hawking geralmente sobrevive apenas por 2 anos e já se passaram décadas e décadas.

Recomendo.



Teca Machado

2 comentários:

  1. eu fico realmente impressionada como o Stephen conseguiu criar os mecanismos que usa hoje pra se manter ativo. A doença dele é extremamente rara, estranha, inexplicável, mas ele conseguiu obter êxito na vida mesmo assim!
    Acho que ele merecia mesmo um filme! A história dele é memorável!

    Ainda não vi o filme, infelizmente :(

    beijo
    beinghellz.blogspot.com

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  2. Ótimo poust e o ator fez muito bem o personagem.no filme, o que deve ter sido difícil. Mas mesmo assim o verdadeiro era.muito guerreiro.

    Beijo, beijo.

    omundodeaugusta.blogspot.com

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