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Brando: Canções que minha mãe me ensinou

Não sou da geração que vibrou com o jovem Marlon Brando despontando na tela.  Ídolo, símbolo de rebeldia e eterno galã, Marlon Brando era um dos últimos monstros sagrados da sétima arte. O ator morreu em 2004 aos 80 anos, em Los Angeles (EUA).

Brando, reconhecido por ser metódico, reescreveu as regras de atuação e, com sua impactante sensualidade, redefiniu a forma do astro de cinema masculino. Estou falando do ator, pois um dos meus livros favoritos é a autobiografia “Canções que a Minha Mãe Me Ensinou”, que o ator norte-americano escreveu sobre sua vida pessoal – exceto suas mulheres e seus filhos – e sua carreira, com o jornalista Robert Lindsey.

Li o livro por acaso em 2010, estava fazendo cursinho e uma colega de classe que também gostava muito de ler, me falou sobre ele. Apesar de adorar o livro, ela inclusive morria de ciúmes dele, acabou me emprestando. Valeu a pena, devorei as 370 páginas recheadas de belas fotos em preto e branco, a maioria de seu acervo pessoal. O livro é um relato honesto, sem máscaras ou deslumbramento, de um dos mais respeitados atores de todos os tempos.

Após devolver o livro, quis comprar, afinal quem tem coleção quer sempre ter aquele livro que você adorou, mas pegou emprestado. Foi uma saga para conseguir comprar, não encontrava nas livrarias, procurei no sebo em Cuiabá, na estante virtual e não conseguia achar um exemplar. Dei sorte que o namorado da minha mãe, na época morava no Rio, e ele super querido, adorava me incentivar a ler, procurou nos sebos da cidade e achou uma cópia para mim. Eba! \0/



Se o mito Marlon Brando, todos conhecem, Canções que a Minha Mãe Me Ensinou, nos traz a oportunidade de conhecer não só o homem por trás da lenda, mas também a criança que antecedeu o homem. Abrindo mão de falsos pudores, ele expõe não só seu lado bonitinho, mas também seus erros, fraquezas e medos. Sua vida em família. O alcoolismo da mãe. A frieza do pai. O amor pelas irmãs. A sensação de solidão que o acompanhou durante toda a infância e adolescência, assim como desejo de ser amado. O desprezo que tinha pelo glamour de Hollywood e o senso de realidade com que encarava a profissão de ator.

Ele fala ainda de política, filosofia e psicologia. E, principalmente, daquilo que o consagrou: cinema. De técnicas de atuação a curiosidades de bastidores, do processo de criação de um personagem a romances com estrelas e fãs (algumas, ocultando os nomes), nada parece ter ficado de fora deste livro.


Uma das minhas parte favoritas é de quando Brando vai para colégio militar Shattuck, ele conta que foi responsável por um dos grandes mistérios insolúveis da história da escola. O ator explicou que sempre teve um “ódio intenso de barulhos altos e repentinos e de ficar sobressaltado”, e no colégio o sino da torre de Shattuck sempre batia a cada quarto de hora: na hora exata, aos 15 minutos, à meia-hora, aos 45 minutos e assim sucessivamente, ordenando que fossem para a aula, comer, dormir... Era voz da autoridade e ele detestava-o.

Então certo dia ele esperou o sino bater, o que deixou quase surdo, e depois se debruçou, desenganchou o badalo, acomodou nas costas e desceu a escada até o térreo, andou uns 180 metros e enterrou, onde se encontra até hoje (imagino). Na manhã seguinte a escola estava maravilhosamente silenciosa. Brando inclusive liderou a investigação do sumiço do badalo: “até hoje me vejo rindo da peça elaborada que preguei e do estilo que utilizei para pregá-la”. E ainda completa “o segredo de ser um vândalo bem sucedido na escola militar é não procurar um parceiro. Se alguém é a única pessoa que conhece um segredo, não o conta a ninguém e é hábil e cuidadoso, jamais é descoberto”.  Uma figura como vocês podem ver!



Com sua personalidade instigante, Marlon Brando deu vida a personagens inesquecíveis. Sua marca está presente no jovem sem esperanças de "Sindicato dos Ladrões". No imponente capo Don Corleone de "O Poderoso Chefão". No sedutor de meia-idade de "Don Juan de Marco". No alemão impassível de "Deuses Vencidos". No irlandês brigão de "Um Bonde Chamado Desejo". Talvez (como ele mesmo confessa), exista um pouco dele em cada um desses personagens.

Enfim se quer saber mais sobre esse ator genial leiam a autobiografia, eu recomendo!

Larissa Klein

1 comentários:

  1. Quero muuuuuuuuuito ler!
    Marlon Brando lindão, minha gente.
    Eu não sou da geração dele, óbvio, sou mto nova para isso, mas meus pais me ensinaram a ver filmes antigos desde pequena, então sempre vi ele e suspirei por ele.
    Preciso ler esse livro.
    Amo biografias.

    Beijos, Larissa
    :D

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