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Por que os contos de fadas mexem tanto com a nossa cabeça?

“Há um significado mais profundo nos contos de fadas que me contaram na infância do que na verdade que a vida ensina” (The Piccolomini, III, 4)

A minha paixão pelas histórias começou ainda na infância, quando minha mãe lia contos infantis para que eu pudesse dormir bem e ter sonhos lindos. Cresci, amadureci e não consegui largar as histórias, preciso delas para atiçar minha imaginação, precisei delas para criar minha própria personalidade e valores. Mas, por que os contos têm tanta influência na gente?

Conversando com amigas, fissuradas pelas histórias de princesas, príncipes, bruxas e maldades, percebi que não sou a única que busca o meu “final feliz” e sonho com o meu príncipe encantado. E foi aí, que então, busquei explicações com psicólogos e psiquiatras para entender o verdadeiro motivo dessa mistura louca de ficção e vida real.

O autor Bruno Bettelheim, escreveu no livro “A psicanálise nos contos de fadas” que essas histórias se apresentam como a maneira mais significativa que a humanidade encontrou para expressar experiências, emoções, situações de dificuldades e diversos tipos de emoções corriqueiras que a humanidade enfrenta todos os dias. Através dos personagens das histórias as crianças identificam sentimentos que muitas vezes a sociedade contemporânea evita manifestar: a inveja, a raiva, a mentira, o amor, o preconceito, a fidelidade e a generosidade – com as enormes consequências no viver humano.

Quem nunca teve raiva de uma bruxa invejosa, que faz de tudo e passa por cima de todos para conseguir tirar a felicidade da princesa? Quem nunca sorriu quando essa bruxa é derrotada no final? Ou mesmo se emociona quando a princesa consegue o final feliz? Isso tudo tem explicação na psicanalise! Maluco, ne?
A maioria dos contos de fadas gira em torno de personagens – heróis; príncipes; fadas que representam sua origem. O herói ou a princesa sofre situações de conflito que seria necessário algo extraordinário acontecer para que aquela situação mudasse. A luta é sempre muito difícil, mas no final, o bem vence o mau e chega à hora do tão esperado “final feliz”, que os adultos consideram “irreal”. Esse “consolo”, para os psicanalistas, é a grande contribuição que os contos nos fornece, nos encorajando a luta por valores amadurecidos e uma crença positiva.

O mais interessante que achei, foi usar os valores dos contos infantis para me tornar uma “mulher do bem”. Foi em “A Pequena Sereia” que entendi que nossos pais sempre querem o nosso melhor, nos dando o melhor. Que não é necessário buscar as escolhas obscuras para conseguir o nosso desejo. A personagem Ariel não conversou sobre seu sonho com seu pai, simplesmente batia de frente com ele e buscou a Bruxa do Mar para transformá-la em humana. Uma tragédia! Mas foi seu pai, que no final, percebeu o sonho da menina e a transformou em uma humana linda, com direito a vestido brilhante e tudo!


Foi em “O Rei Leão” que entendi o que é a morte e que podemos perder nossos entes queridos a qualquer momento. Que devemos respeitar a Lei da Vida!



E atire a primeira pedra quem nunca percebeu a inveja mórbida das irmãs da “Cinderela” e sua madrasta?
Pois é, gente, os contos de fadas têm muito a nos ensinar. As histórias nos mostram caminhos que muito adulto esqueceu, valores que a sociedade parece não enxergar mais. Mas para alegria das Leitoras Vorazes as histórias são eternas e escritas para todo mundo ler quando quiser. E elas estão aí, para aguçar nossa imaginação, responder nossas curiosidades sobre os dilemas da vida, solucionar questões internas e mostrar um mundo imenso de conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos, de um jeito ou de outro, através dos problemas enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelas personagens de cada história!

Baseada nessas descobertas, resolvi fazer um documentário (amador) sobre como os contos de fadas ajudam no desenvolvimento infantil, mas pode ser levado para nós adultos também!

Confira aqui!

Boa leitura, bons filmes e muita imaginação, gente!

Camila Almeida Gomes

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